sexta-feira, 12 de abril de 2024

Supervia fala em ‘recorde de passageiros’ após inauguração do BRT Transbrasil

11/04/2024 - G1 Rio

A concessionária percebeu um aumento de 70 mil passageiros em apenas um dia. O período coincide com a inauguração da Transbrasil, que causou congestionamentos na Avenida Brasil - principal ligação com a capital fluminense.


Trens da Supervia
Foto Reprodução/TV Globo


A Supervia afirma ter tido número recordes de passageiros em apenas um dia após a inauguração do BRT Transbrasil, que começou a operar no início do mês.

A concessionária diz que, desde então, a quantidade de pessoas embarcando nos trens aumentou consideravelmente. Os trens da Supervia ligam as Zonas Oeste, Norte e a Baixada Fluminense ao Centro do Rio.

No dia 3 abril, foram 340 mil passageiros em toda a malha ferroviária, que costumava contar com 270 mil. Ou seja, cerca de 70 mil pessoas resolveram optar, de uma só vez, por ir de trem.

“Nosso objetivo é aumentar ainda mais. O esforço é a dedicação de cada funcionário e colaborador da SuperVia é a força motriz para este feito”, disse Flávio Vaz, que assumiu a presidência da SuperVia em fevereiro.

Dia de muito trânsito na Avenida Brasil

Além das melhorias na grade horária dos ramais Saracuruna, Gramacho, Santa Cruz, Japeri e Belford Roxo, um outro motivo apontado para o aumento são os constantes congestionamentos na Avenida Brasil.

A lentidão na via dobrou desde que o BRT foi implementado, e o trajeto chegou a bater 3 horas. Para tentar resolver a questão do trânsito, a prefeitura do Rio liberou o uso de uma faixa seletiva. Leia as regras, que começam no dia 23 de abril.


sexta-feira, 5 de abril de 2024

CBTU

Companhia Brasileira de Trens Urbanos

Histórico

Em março de 1990, foram instaladas as 34 primeiras catracas eletrônicas na estação Central do Brasil.


REFERÊNCIAS:

TELLES, Adilson. Linha Expressa. Jornal do Commercio. Rio de Janeiro. 24 março 1990. p.15.


sexta-feira, 29 de março de 2024

Governo do Rio terá novo operador para os trens da Supervia em até 4 meses


28/03/204 - Diário do Rio

A expectativa é que em 90 a 120 dias a Gumi Brasil, controladora da Supervia, transfira o sistema para o estado.


Segundo informações divulgadas pelo Blog do Edmilson Ávila, no G1, o governo do estado terá um novo operador para os trens urbanos do Grande Rio em um prazo de até 4 meses. Após meses de impasse e ameaça de encampação, avançaram as tratativas para que a Supervia troque seu controlador.

O secretário estadual de Transportes, Washington Reis, explicou que a expectativa é que em 90 a 120 dias a Gumi Brasil, controladora da Supervia, transfira o sistema para o governo do estado, que posteriormente poderá repassar o controle acionário para outra empresa. Ainda não há previsão de uma nova concessão, sendo que até lá, os ramais serão geridos pelo estado.

A briga entre o governo e a concessionária se intensificou em abril do ano passado, quando a Gumi Brasil declarou não ter mais interesse em operar os trens urbanos do Grande Rio, alegando desequilíbrio econômico. Em julho de 2023, o governo afirmou que a Supervia não cumpriu integralmente com suas obrigações de investimentos ao longo do contrato de concessão.

Washington Reis enfatizou a busca por uma transição rápida e pacífica para a retomada da gestão do transporte ferroviário, visando atender a população com dignidade e respeito. O serviço enfrenta críticas da população devido ao preço do transporte, baixa qualidade do modal, atrasos, interrupções e panes.


Divulgação Supervia


A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Alerj recomendou a reestatização do sistema ou a criação de um novo modelo de licitação para o serviço. Em maio de 2023, Washington Reis cobrou investimentos não realizados pela Supervia e assegurou que a malha ferroviária funcionará de forma eficiente.


terça-feira, 18 de julho de 2023

Mapa

Rede de Transportes em 2023

sexta-feira, 5 de maio de 2023

Supervia

Especialistas veem falta de transparência em crise dos trens no Rio

04/05/2023 - Agência Brasil

Empresa anunciou que vai entregar concessão da Supervia

Por Léo Rodrigues

A rotina diária de milhares de passageiros está em jogo diante da decisão da empresa Gumi de entregar a concessão da Supervia, sistema de trens urbanos da região metropolitana do Rio de Janeiro. Apesar da desistência anunciada na semana passada, sob alegação de dificuldades financeiras vivenciadas desde o início da pandemia de covid-19, ainda não se sabe até quando a atual concessionária estará à frente do serviço.

Especialistas ouvidos pela Agência Brasil acham que a falta de transparência em torno da gestão do serviço público dificulta uma análise mais precisa. No entanto, consideram que a má qualidade do serviço tem peso na crise, que não pode ser relacionada integralmente à pandemia de covid-19. Ao mesmo tempo, acreditam que a situação pode ser uma oportunidade para rever problemas antigos e dar um passo em direção a um serviço mais satisfatório.

"Como era antes da pandemia? As estações estavam em boa condição? Você já ouviu falar de um trem que não chega na hora prevista? Ou que a viagem não tem exatamente aquela duração programada? O sistema é ruim há muito tempo. Todos os dias de manhã eu acompanho o notíciario no rádio. Tem sempre um problema em algum ramal. Então, não pode chegar e dizer que o problema está na pandemia. Você já tinha antes um péssimo serviço", avalia Ronaldo Balassiano, professor aposentado do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ).

Apesar dos balanços financeiros divulgados pela Supervia em seu site, ele avalia que as informações disponibilizadas não são suficientes para compreender o quanto o serviço de má qualidade repercute nas receitas e despesas. Seria difícil saber hoje, por exemplo, quantos passageiros que poderiam usar o trem preferem outros meios de transporte ou se há gastos associados a uma manutenção precária.

Para Leandro da Rocha Vaz, professor do Departamento de Construção Civil e Transportes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), os recorrentes relatos de superlotação de composições tornam questionável o discurso de redução de passageiros, uma vez que nem a demanda atual nos horários de pico seria atendida de forma satisfatória. "O que a gente percebe é que está faltando mais viagens", diz. Segundo ele, um dos principais desafios desse tipo de serviço é manter o funcionamento de forma regular. "As paralisações constantes afetam o fluxo de passageiros e geram impactos financeiros", acrescenta.

No ano passado, problemas foram listados em um levantamento produzido pela Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos de Transportes (Agetransp), autarquia ligada ao governo fluminense que fiscaliza concessões de transporte ferroviário, rodoviário e aquaviário no estado. Na comparação com o período pré-pandemia, estavam sendo realizadas 69% a menos de viagens expressas. A própria Agetransp tem aplicado multas à Supervia por descumprimento de contrato, inclusive por falta de investimentos previstos.

A busca por soluções para problemas como superlotação de vagões, atrasos e aumento no tempo de duração das viagens vinha sendo pauta de encontros entre a Supervia e o estado. A notícia da entrega da concessão pela empresa Gumi se tornou pública por meio do governador Cláudio Castro, após mais uma reunião, ocorrida na última quinta-feira (27). Na ocasião, ele prometeu uma transição tranquila, sem interrupção dos serviços, e avaliou que o atual modelo de concessão não funciona. “Vamos partir para um novo modelo de concessão que atenda aos anseios e respeite o direito da população”, acrescentou.

Modelo de concessão

A Supervia atende 12 dos 22 municípios da região metropolitana do Rio. São 104 estações e 270 quilômetros de trilhos, divididos em cinco ramais e três extensões, pelos quais se deslocam principalmente moradores da zona norte da capital e de cidades da Baixada Fluminense. Leandro disse esperar que um novo contrato de concessão dê ao Poder Público instrumentos eficazes para fiscalizar e exigir o cumprimento das metas e obrigações estipuladas. Balassiano defende que um novo modelo de concessão precisa ser desenvolvido repensando a ação do estado.

"O poder concedente, que no caso dos transportes urbanos é o estado ou o município, é quem deve dizer o que que quer e como quer. E temos visto concessões que só privilegiam o operador. E quando o operador não faz o que deveria ser feito, o poder concedente não tem como resolver o problema".

De acordo com o professor, o gerenciamento do sistema de trens urbanos, mesmo sendo uma concessão estadual, deveria contar com uma estrutura administrativa com a participação de representantes dos municípios. Na sua opinião, o enfrentamento dos desafios depende do engajamento e da distribuição de responsabilidades entre todos os interessados.

"A coisa mais importante na mobilidade é o gerenciamento da mobilidade. Não se pode tratar cada modal isoladamente. Até por isso precisa ter o envolvimento de todos. Esse trem tem que estar integrado com o ônibus de cada cidade, com o metrô, com o BRT". Segundo ele, não falta capacidade técnica para melhorar o serviço. "Nós temos técnicos, tanto na Secretaria de Estado de Transportes quanto na prefeitura do Rio, que são altamente qualificados. Há muitas pessoas que trabalham lá que passaram pela UFRJ. Fizeram mestrado e doutorado", acrescenta.

Ele lembra que há questões de segurança que também exigem mobilização coletiva. Os constantes roubos de cabo têm sido citados de forma recorrente pela Supervia como fator que afeta o funcionamento do serviço e causa prejuízo. Apesar de reconhecer responsabilidades do Poder Público, Balassiano considera que a empresa precisa estar melhor preparada para defender seu patrimônio.

Histórico

A operação dos trens urbanos da região metropolitana do Rio foi concedida à iniciativa privada em 1998. Na época, o Consórcio Bolsa 2000, que assumiu o controle do sistema por 25 anos ao vencer o leilão com proposta de R$ 279,7 milhões, criou a Supervia Trens Urbanos S.A.

Em 2010, o Grupo Odebrecht assumiu 61% do controle acionário da empresa e negociou com o governo estadual a renovação da concessão. Foi assinado um aditivo estendendo o contrato até 2043, com o compromisso de investimentos de R$ 1,2 bilhão em melhorias para atender à demanda de passageiros esperada com a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016.

Enquanto enfrentava denúncias de corrupção, o Grupo Odebrecht se desfez em 2018 de maior parte das suas ações. Foi quando a Supervia foi assumida pela empresa Gumi, subsidiária do grupo japonês Mitsui, que passou a responder por 88,67% do controle acionário.

A Supervia alega que transportava, em média, 600 mil passageiros e que suas operações foram drasticamente afetadas pela pandemia. Mesmo com o fim da crise sanitária, teria havido apenas uma recuperação parcial, o que não seria suficiente para custear a manutenção das operações. Em 2021, ainda durante a pandemia, foi aceito pela Justiça um pedido de recuperação judicial apresentado pela Supervia. Suas dívidas estavam estimadas em R$ 1,2 bilhão. Por meio da recuperação judicial, empresas que se encontram em dificuldades financeiras conseguem paralisar eventuais penhoras e bloqueios em suas contas e ganham prazo para negociação com os credores.

Em agosto do ano passado, a concessionária alegava estar transportando cerca de 350 mil passageiros por dia e obteve do governo estadual uma compensação financeira. Por meio de aditivo contratual, foi acertado ressarcimento emergencial no valor de R$ 251,2 milhões.

Problema crônico

Balassiano observa que o Rio de Janeiro acumula problemas crônicos associados ao transporte. O sucateamento do serviço de ônibus do sistema BRT levou a prefeitura da capital a realizar uma intervenção no ano passado. O Grupo CCR, que opera o serviço das barcas que fazem a travessia da Baía da Guanabara, já ameaçou devolver a concessão algumas vezes. O Aeroporto do Galeão também passa por uma crise que tem gerado discussões para aumentar do número de voos.

"É preciso levar a mobilidade um pouco mais a sério. É fundamental para o desenvolvimento da cidade. Uma melhor mobilidade urbana vai proporcionar melhor comércio, melhor indústria. A pessoa chega descansada para trabalhar se viajou sentada no ônibus ou no trem. Se ela sabe quanto tempo vai levar a viagem, ela sabe que horas precisa sair de casa. Ela vai trabalhar muito melhor. Não chegam atrasadas, cansadas, mal-humoradas", afirma.

Ele vê com bons olhos as medidas adotadas em relação ao BRT. Após a intervenção, a prefeitura conseguiu um acordo com as empresas: todos os ônibus seriam monitorados em tempo real, e o município faria um repasse adicional desde que a operação esteja ocorrendo na frequência contratada e da maneira correta.

Para Balassiano, subsídios podem ser usados desde que o contrato esteja equilibrado e se comprove a necessidade. "Muitas vezes falta clareza. O contrato prevê 200 viagens em determinado corredor, o operador faz só 100 e fica por isso mesmo".


quinta-feira, 27 de abril de 2023

Concessão

Empresa japonesa que controla SuperVia entrega concessão de trens ao estado

27/04/2023 - O Globo

Mitsui enviou ofício à Secretaria estadual de Transportes comunicando que não tem mais interesse em atuar na malha viária

Por Luiz Ernesto Magalhães

A direção da Mitsui — empresa japonesa que controla a SuperVia — se reúne, no início da tarde desta quinta-feira, com o governador Cláudio Castro para oficializar que quer devolver a concessão da empresa. Na tarde desta quarta-feira, organização entregou um ofício à Secretaria estadual de Transportes comunicando que não tem mais interesse em operar na malha viária do Rio. O GLOBO apurou que o impasse envolve o cumprimento, pelos japoneses, de investimentos na melhoria de seu sistema previstos em um dos aditivos ao contrato, alegando que haveria um desequilíbrio econômico-financeiro.

Desde 2019, o controle acionário da concessionária é da Mitsui, controlada pelo grupo japonês Gumi. Assim como acontece atualmente com o Grupo CCR, a saída da SuperVia de operação não será imediata. Isso porque os contratos de concessão não permitem uma descontinuidade dos serviços públicos.

O contrato atual da empresa venceria em outubro deste ano. Em 2010, um aditivo prorrogou essa concessão até 2043. Mas esse aumento do prazo estava condicionado a uma série de investimentos que o estado entende que não foram honrados. Procurada, a SuperVia afirmou que não comentará o assinto. O Governo do Estado não se manifestou.

A Mitsui resolveu entregar a concessão no momento em que negociava com o estado um décimo-terceiro aditivo do contrato. O documento iria prever mais investimentos da concessionária para melhorar os serviços . Hoje, o sistema transporta 350 mil passageiros por dia. Antes da pandemia, a média transportada chegava a 600 mil/dia.

Trens já transportaram 1,2 milhão de passageiros por dia

A crise na operação dos trens ocorre em um sistema que já transportou 1,2 milhão de passageiros por dia nos anos 1980. O engenheiro Marcus Quintella, diretor da FGV Transportes, observa que uma série de fatores levou ao cenário que fez a Mitsui tomar a iniciativa de devolver a concessão:

— Existe um problema sério de segurança pública em vários trechos da via, inclusive com furtos de cabos. E com o passar dos anos os problemas se acumularam. Os investimentos prometidos quando houve a concessão só foram parcialmente realizados, principalmente na sinalização da via. Mas não em outros serviços. Se não fossem esses problemas mesmo com os efeitos do passado da (pandemia de) Covid-19, a SuperVia poderia estar carregando a mesma quantidade de passageiros.

Ele diz que o impasse nos trens é um desdobramento justamente dos impactos que a pandemia causou na economia do estado. E que deixou a operação de outras concessões em desequilíbrio. Quintella lembra, por exemplo, que a operadora Changi Airport discute se devolve ou não a concessão do Aeroporto Internacional Tom Jobim - Galeão.

O especialista acrescenta que há uma série de questões que terão que ser discutidas a partir de agora. Entre elas se o estado pretende realizar uma nova concessão ou assumir a operação direta do sistema.

— Há muitas dúvidas. Quem herdaria os passivos trabalhistas? O desafio é encontrar uma solução que preserve os usuários — afirma.

O futuro da concessão será tema, nesta quinta-feira, de uma reunião do Fórum de Mobilidade Urbana, ONG que estuda as questões de mobilidade no Rio.

— Uma das questões que o estado deve analisar é ampliar a concessão de subsídios para o sistema funcionar. Assim como Saúde e Educação, o transporte é algo essencial. A operação hoje do sistema de trens é deficitária — pontua o engenheiro Licínio Machado Rogério, coordenador do Fórum de Mobilidade.

Ele observa que o impasse com os japoneses ironicamente ocorre a poucos dias da comemoração do Dia do Ferroviário, no próximo domingo.


terça-feira, 21 de março de 2023

Subsídio

Governador Cláudio Castro implementa Tarifa Social ferroviária: 'Estado do Rio zela pela população'

06/01/2023  - Governo do Rio de Janeiro

Para manter o valor da passagem dos trens em R$ 5 durante o ano de 2023, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, vai implementar, via decreto, a Tarifa Social ferroviária, ainda em janeiro. A medida valerá para todos os passageiros habilitados no Bilhete Único Intermunicipal, a exemplo do que já ocorre no transporte aquaviário.

Assim, o governo do estado vai subsidiar a diferença de R$ 2,40 para que o valor da passagem permaneça em R$ 5, uma vez que a Agetransp homologou, em 20 de dezembro de 2022, a revisão para R$ 7,40.

- A maior parte dos usuários dos trens não tem condições financeiras de arcar com o reajuste, mesmo que previsto anualmente. O governo do estado honra os contratos, mas também zela pela população. Por isso, vou implementar a Tarifa Social como proteção aos que mais precisam do transporte público – afirmou Cláudio Castro.

A implementação da Tarifa Social já estava prevista no Regime de Recuperação Fiscal e na Lei Orçamentária de 2022, como política pública de redução do impacto do aumento tarifário à população. O reajuste passará a valer a partir de fevereiro.