sábado, 28 de agosto de 2010

Traficantes sequestram trem da Supervia em Deodoro


Caso ocorreu no último fim de semana. Objetivo de bandidos era invadir favela de facção rival

POR MARCELO BASTOS - O Dia - 27/08/2010
Rio - Em vez dos ‘bondes’, o trem. Foi assim que traficantes da favela da Palmeirinha, em Guadalupe, invadiram a favela do Muquiço, no fim de semana. Houve intenso confronto e pelo menos três bandidos teriam sido mortos, embora a polícia não confirme a informação. No lugar dos comboios de carros, cerca de 60 bandidos ligados à facção Comando Vermelho (CV), invadiram um trem de manutenção da Supervia, em Deodoro, e obrigaram o maquinista a seguir até o Muquiço, onde houve o confronto com bandidos do Terceiro Comando Puro.

O delegado Pedro Paulo Pinho, da 33ª DP (Realengo), informou que investiga a denúncia de que bandidos teriam tomado o trem, mas disse desconhecer invasão ou disputa entre traficantes na região.

Já o comandante do 9º BPM (Rocha Miranda) confirmou que houve tiroteio na comunidade na madrugada de domingo. O tenente-coronel Luiz Carlos disse ainda que tem reforçado o policiamento no local, com um veículo blindado no entorno da Palmeirinha e outros dois no Muquiço.

Desde então, os tiroteios teriam se intensificado, o mais recente teria ocorrido terça-feira. Em entrevista à radio Bandnews, o presidente do Sindicato dos Ferroviários, Valmir Lemos, o Índio, disse que este foi o terceiro caso do tipo e que o maquinista foi agredido. Cerca de 20 bandidos teriam subido no vagão de manutenção armados e os outros teriam seguido caminhando pela linha férrea.

Além da tentativa de invasão, há uma outra versão para os tiroteios ocorridos na favela do Muquiço. Bandidos da comunidade, ligados ao TCP, teriam tentado aplicar um ‘golpe de estado’ e mudar o controle das bocas de fumo para o Comando Vermelho, apoiados por traficantes da Palmeirinha. Três dos dissidentes teriam sido mortos pelos traficantes do Muquiço. 

De acordo com policiais do 9º BPM (Rocha Miranda), aliados do TCP vieram do Complexo de Senador Camará para reforçar a ‘segurança’ na favela. Desde o início da semana, foram três tentativas de invasão à favelas da Zona Oeste: Muquiço, no fim de semana; Covanca e Fumacê, na terça-feira.

Desde o início do ano, já foram pelo menos 10 tentativas de invasão a favelas do Rio, com 22 mortes.

Bandidos sequestraram locomotiva da Supervia e obrigaram maquinista a seguir para favela

TRÁFICO NOS TRILHOS


Publicada em 27/08/2010 às 20h11m
Ronaldo Braga - O Globo - 27/08/2010
RIO - Pelo menos dez homens armados com pistolas, metralhadoras e escopetas invadiram, às 4h15m do último domingo, o pátio de manobras da SuperVia em Deodoro, na Zona Norte do Rio, e sequestraram uma locomotiva, obrigando os maquinistas a seguirem para a Favela do Muquiço, em Guadalupe, onde saltaram. A denúncia do sequestro da composição foi feita, nesta sexta-feira, à rádio CBN, pelo presidente do Sindicato dos Ferroviários, Walmir Lemos, o Índio. Após a entrevista, ele não foi mais encontrado. Outros sindicalistas confirmaram a denúncia.
A SuperVia não quis dar detalhes do caso, que está sendo investigado pela 33ª DP (Realengo). A delegacia, por sua vez, informou que tinha determinação da Secretaria de Segurança Pública para não dar informações sobre o crime.
Segundo a empresa, o trecho que a locomotiva percorreu não é usado comercialmente, sendo percorrido apenas por trens em manutenção ou que prestam socorro a outras composições.
Há duas versões para o crime. A primeira é que o grupo que sequestrou a locomotiva era de traficantes rivais aos da Favela do Muquiço. O objetivo da quadrilha seria chegar à comunidade pelos fundos, na localidade conhecida como Reta de Honório, para dominar as bocas de fumo da região. A outra versão é que traficantes do Muquiço estavam voltando para a favela, depois de passarem por Deodoro.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Próxima estação: Ilha

20/3/2008 01:37:00 



SuperVia quer estender linha férrea até o centro do bairro, com parada na Cidade Universitária 


Rio - A proposta da SuperVia de criar uma linha de trem ligando a Central do Brasil à Ilha de Governador — antecipada pelo ‘Informe do DIA’, ontem — foi bem recebida pelo governo do estado. A idéia foi apresentada ao governador Sérgio Cabral Filho e ao secretário estadual de Transportes, Julio Lopes, no fim de fevereiro e deve voltar a ser discutida quando eles voltarem da viagem ao Japão e à Coréia.
Uma nova linha de trens vai desafogar o trânsito da Linha Vermelha e da Av. Brasil?
Com apenas 11 quilômetros de extensão, a linha reduziria os engarrafamentos que atormentam os moradores do bairro. O investimento é avaliado pela concessionária em R$ 700 milhões e a obra ficaria pronta em prazo de cinco anos.
“O projeto é bem visto pelo governo do estado. Eu e o governador, quando fomos apresentados à idéia, em princípio, gostamos bastante, por se tratar de mais uma alternativa de transporte de massa para uma região como a da Ilha, com alta densidade demográfica”, afirmou o secretário Julio Lopes.
A linha teria quatro novas estações, partindo do Centro da Ilha do Governador e passando pelo Galeão, Fundão (Cidade Universitária); Avenida Brasil, na altura da Maré, até Bonsucesso, onde seria feita a integração com o teleférico do Complexo do Alemão. A ligação com a Gare Pedro II seria feita pelo ramal de Saracuruna. A estimativa é que, inicialmente, 50 mil utilizariam o trecho diariamente. Mas cálculos da concessionária apontam a possibilidade de chegar a 200 mil passageiros.
O presidente da SuperVia, Amin Murad, sugeriu que o estado entre com o financiamento de R$ 700 milhões e a concessionária entre na negociação com a compra dos novos trens e administração do sistema.
“Essa é uma obra típica do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O custo se equipara ao da construção de duas estações do metrô. Não é uma obra complexa”, afirma.
Segundo o secretário, para que o projeto seja apresentado ao governo federal, responsável e gestor do PAC, seria preciso um estudo mais completo de viabilidade. Haveria trechos suspensos sobre a Avenida Brasil, o canal do Fundão e a entrada da Ilha. Seriam necessárias desapropriações na Maré e licenças ambientais.
“Será preciso fazer um estudo detalhado, análise de viabilidade técnica, econômica e financeira. O custo de R$ 700 milhões é apenas estimativa”, diz Lopes.
Concessionária planeja também trem de luxo
Se a idéia vingar, a SuperVia pensa em pôr em circulação um trem de luxo para os turistas que chegam ao Rio através do Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim. “Ele seria mais confortável e a tarifa seria mais cara”, afirma Amin Murad.

Os moradores da Ilha do Governador são favoráveis a tudo que ajude a reduzir o congestionamento na saída do bairro. “Eu até já dei essa idéia à subprefeitura. Aliviaria bastante o trânsito. Enfrento até uma hora de congestionamento quando preciso ir ao Centro do Rio”, conta o padre José Lourival Bergmann, 54, da Igreja São José Operário.
A médica Marcela de Sá Vieira, 33 anos, também aprova a idéia, embora diga que não seria uma usuária do novo trecho. “Diminuiria os engarrafamentos, mas como tenho que me deslocar para vários locais de trabalho, não posso abrir mão do carro”, conta.

O engenheiro de transporte Sérgio Balloussier diz que o projeto é original, mas acha que a estimativa de passageiros está superestimada. “Hoje, todo o sistema da SuperVia transporta cerca de 400 mil pessoas por dia. Não vejo demanda na região para chegar a 200 mil”, diz.

Nilópolis ganha trem especial


Linha partindo da estação do município será reativada a partir do dia 17, com capacidade para transportar 4 mil passageiros por dia em duas viagens, às 6h56 e 8h02. Percurso até a Central será feito em cerca de 45 minutos

POR GERALDO PERELO - O Dia - 11/08/2010
Rio - A população de Nilópolis vai contar de novo com trens partindo da estação do município em direção à Central do Brasil. A SuperVia vai colocar trens especiais no ramal a partir do dia 17. No mesmo dia, a empresa também anunciará as obras da nova estação de trem, que vai ganhar um shopping com 46 lojas, praça de alimentação, banheiros e conexão para dois terminais rodoferroviários fazendo integração trem-ônibus.
Foto: Paulo Alvadia / Agência O Dia
Av. Mirandela está em obras: terá cobertura, escadas rolantes, nova iluminação, pavimentação e será climatizada | Foto: Paulo Alvadia / Agência O Dia
Circularão dois trens, com oito vagões cada, e capacidade total para 4 mil passageiros, às 6h56 e às 8h02. As viagens vão durar em torno de 45 minutos. A estação de Nilópolis registra em média o embarque diário de 10 mil passageiros, que usam o ramal de Japeri.

Passageira aprova


A retomada das viagens partindo da cidade acontece um ano e oito meses após um raio incendiar e destruir a subestação de energia local, que funcionava em um vagão de trem. A nova subestação, que custou R$ 5 milhões, dispõe de microprocessadores com informações digitalizadas para o funcionamento do sistema, mesmo que haja um problema qualquer no circuito da rede.

Moradora no Centro de Nilópolis, a auxiliar de manutenção Michele Pereira de Oliveira, 27 anos, gostou da notícia, lembrando que às vezes não consegue embarcar nos trens do ramal de Japeri por causa da superlotação dos vagões. “Agora vou poder viajar sentada e com conforto. Essa ideia já deveria ter sido coloca em prática há mais tempo”, disse.

Para o prefeito Sérgio Sessim, o projeto da SuperVia é um presente de aniversário que Nilópolis ganha no mês em que completa 63 anos de idade. “A volta do trem especial e a construção da nova estação são investimentos que proporcionar mais conforto e agilidade aos passageiros”, comentou.