domingo, 28 de agosto de 2011

Investimentos de 2,4 bilhões

Extra - Antero Gomes

Até 2020, 120 novos trens sairão da fábrica diretamente para os trilhos do estado do Rio. O primeiro chega da China no mês que vem, mas começa a circular somente em dezembro. Para o usuário, que não aguenta mais tantas panes e falta de estrutura, o cronograma parece uma eternidade. E, até 2020, como fica o serviço prestado por uma frota com idade média de 35 anos? A SuperVia garante que melhora por etapas e que, em 2013, a oferta de transporte será "satisfatória". Para isso, promete um pacote de investimentos que vão desde a troca de dormentes dos trilhos até a reforma de estações.

— Nós identificamos uma série de ações para implantarmos a curto prazo. O objetivo é que o usuário perceba que as coisas estão, efetivamente, acontecendo e nos dê esse crédito de confiança de que, daqui a dois anos, a gente vai estar atendendo numa condição que seja a satisfatória — disse o presidente da SuperVia, o engenheiro Carlos José da Cunha.

Os novos prazos causam desconfiança. Afinal, cronogramas não são novidade na vida do passageiro da SuperVia. Em 1998, ano em que o serviço foi privatizado, a concessionária prometeu acabar, até 2001, com problemas de falta de estrutura herdados da antiga Companhia Fluminense de Trens Urbanos (Flumitrens). Dez anos depois, o caos — embora em menor grau — continua. Por isso, o EXTRA publica um resumo das medidas prometidas para o usuário cortar, guardar e cobrar.

Carlos está à frente da SuperVia desde janeiro, quando a Odebrecht TransPort assumiu o controle acionário da concessionária. E, embora ele diga que os investimentos da empresa já começaram, uma sucessão de 17 panes entre 7 de julho e 5 de agosto mostrou que a vida do passageiro, ao longo dos 270 quilômetros de linha férrea, ainda tende a ser difícil por algum tempo.

— A explicação para esse excesso de ocorrências talvez seja porque subimos o número de viagens por dia, de 710 para 750. Isso porque cada plataforma passou a atender sempre o mesmo ramal — diz Carlos.

O investimento total da empresa com o governo do estado somará R$ 2,4 bilhões.

O novo trem da SuperVia, na fábrica chinesa Foto: Divulgação
Há atualmente 20 trens novos com ar-condicionado, 18 de aço inox também com ar-condicionado e 73 de aço inox sem ar. A idade média da frota é de 35 anos. Com o programa de renovação, a meta é que haja, em 2020, 140 trens novos e 91 de aço inox com sistemas de refrigeração, totalizando 231, com idade média dos veículos de 19 anos. Veja o cronograma:

- Agosto de 2011: licitação para a compra de mais 60 trens com recursos do estado, e a SuperVia começa a pesquisar entre fabricantes para a aquisição de 30 novos trens

- Setembro de 2011: chega ao Rio o primeiro trem novo da frota de 30 já comprados com recursos do governo do estado. O veículo terá ar-condicionado, câmeras de segurança e compartimento para guardar volumes

- Novembro de 2011: Será entregue o primeiro dos 73 trens de aço inox que serão reformados até 2014. O veículo receberá ar-condicionado e novo sistema mecânico e hidráulico

- Dezembro de 2011: chegam até este mês mais quatro trens novos já comprados pelo estado

- Dezembro de 2011: o primeiro trem novo, que terá chegado em setembro, começa a operar

- Até o fim de 2014: Já terão sido incorporados à frota atual de 20 trens novos com ar-condicionado outros 80, totalizando 100 composições. Além disso, todos os 73 trens de aço inox sem ar-condicionado que existem atualmente terão sido reformados e com o sistema de climatização instalados

- Até o fim de 2016: A frota de trens novos será de 120 veículos

- Até o fim de 2020: A frota de trens novos será de 140 veículos

O interior do novo trem da SuperVia fabricado na China Foto: Divulgação
Outras medidas:

Além da renovação da frota e reforma dos trens existentes, a SuperVia elaborou um cronograma de medidas a serem tomadas que deve melhorar o atendimento à população. Veja algumas delas:

-Nova sinalização para os ramais de Deodoro (novembro de 2012), de Japeri (janeiro de 2013), de Santa Cruz (março de 2013), de Saracuruna (maio de 2013) e de Belford Roxo (julho de 2013). A medida é uma promessa para aumentar a segurança dos passageiros

-Serão instalados e substituídos 85 mil dormentes, 55 quilômetros de trilhos, além de fios e cabos da rede aérea. A iniciativa deve gerar mais estabilidade nas viagens, já que os dormentes atuais são de madeira - serão trocados por outros de concreto

-Intervenções nas 98 estações para fazer melhorias em acessibilidade, revitalização das plataformas. Para as Olimpíadas de 2016, dez estações atenderão aos padrões de excelência exigidos para o evento: Deodoro, São Cristóvão, Maracanã, Engenho de Dentro, Madureira, Vila Militar, Magalhães Bastos, Mercadão de Madureira, Penha e Olaria

-Este ano, as estações que sofrerão intervenções de melhorias são Oswaldo Cruz (conclusão em novembro), Méier, Madureira, Cascadura Praça da bandeira e São Francisco Xavier (todas com conclusão prevista para dezembro)

-Novo trecho Santa Cruz -Itaguaí (11km): o projeto ainda está em estudo pelo governo do estado

-Revitalização dos trechos Gramacho-Saracuruna (ainda em fase de projeto) e Saracuruna -Vila Inhomirim (os dormentes já foram substituídos)

-Instalação, este mês ainda (agosto), de borrachões em 17 estações para diminunir o vão entre o trem e a plataforma

-Sistema de comunicação direta entre o Centro de Controle Operacional e as composições permitirá agilidade na informação aos passageiros a bordo (conclusão em dezembro de 2011)

-Serão instaladas em outubro câmeras de segurança nas estações de Deodoro (37), Japeri (42), Nova Iguaçu (16). E em dezembro em Santa Cruz (938) e Saracuruna (38)

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quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Trens/RJ Rio ganharão 70 mil lugares para transporte até 2012

25/08/2011 - R7

Meta será cumprida com novos trens e novo sistema de intervalos

O presidente da Supervia, empresa de trens metropolitanos do Rio de Janeiro, Carlos José da Cunha, informou nesta quarta-feira (24) que os passageiros vão ganhar 70 mil novos lugares diários para viajar. A meta pretende ser cumprida com o novo sistema de intervalos e a entrada em operação de novos trens. O anuncio foi feito na comissão de transportes da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro).

- O primeiro trem comprado na China está a caminho do Brasil e deve chegar já em setembro. Ele vai passar por um período de testes de cerca de 20 dias, e então outros 30 trens já comprados vão começar a chegar, numa média de quatro por mês a partir de novembro.

Ele esclareceu também que haverá mudanças no sistema de sinalização, que passará a ser automatizado, permitindo uma redução no intervalo entre as composições. O ramal de Deodoro, na zona norte, que hoje tem demora de oito a dez minutos, passaria a ter intervalos de apenas três minutos.

Cunha disse que além desses investimentos, a empresa também está reformando 73 trens da frota atual, com revitalização interna e instalação de ar-condicionado. Segundo a companhia, as mudanças serão concluídas no ano de 2016, totalizando investimentos de R$ 1,2 bilhões.
 
O presidente da comissão de transportes, o deputado Marcelo Simão (PSB) considerou positivos os dados apresentados, e afirmou que pretende cobrar a consolidação de todas as metas apresentadas. 

- Espero que com esta nova administração os investimentos aconteçam de fato. Queremos ver tudo isso funcionando, porque a população do Rio não aguenta mais ficar esperando.

Curto prazo

Além dos planos a longo prazo, o presidente apresentou o programa “Supervia em Movimento”, que prevê mudanças para serem feitas até abril de 2012. Entre as metas estão o aumento da oferta de vagas, reforma e ampliação de estações, fidelização de plataformas, mudanças na comunicação com os passageiros, melhorias na acessibilidade e um novo sistema de limpeza dos trens.

- Com a fidelização os ramais são identificados por cores, e param sempre nas mesmas plataformas nas estações, reduzindo confusões que eram comuns.

Fonte: Do R7 do Rio de Janeiro
 
Novos trens da Supervia começam a chegar em setembro

24/08/2011 - Jornal do Brasil

O presidente da Supervia, Carlos José da Cunha, afirmou nesta quarta-feira, durante audiência da Comissão de Transportes da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), que os primeiros trens comprados na China chegarão ao Rio já em setembro.

Segundo Cunha, os primeiros quatro trens já foram embarcados em navios e estão a caminho do país. “Além disso, três trens da frota atual serão reformados, sendo que a entrega do primeiro está programada para novembro, e a partir de janeiro receberemos quatro trens reformados por mês”, afirmou o presidente da concessionária, durante a audiência que acontece neste momento na Alerj.

Ainda de acordo com Cunha, um novo sistema de sinalização que vai reduzir consideravelmente o intervalo de trens já está sendo implantado, com prazo de dois anos para conclusão. “Hoje a sinalização existe mas tudo depende do maquinista, então precisamos de um intervalo maior entre as composições para evitar acidentes no caso de falha humana. O novo sistema vai ser automatizado, o que vai permitir um intervalo de três minutos entre os trens, o mesmo do Metrô”, explicou.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

MP busca acordo para resolver crise do transporte ferroviário no Rio

12/08/2011 - Uol Notícias

Segundo estatísticas da Agetransp, foram registradas 35 ocorrências envolvendo trens da Supervia desde 12 de janeiro deste ano.

O Ministério Público do Rio de Janeiro negocia a assinatura de um Termo de Ajustamento e Conduta (TAC) com a concessionária responsável pelo transporte ferroviário no Estado, a Supervia, com o objetivo de acabar com os sucessivos problemas no setor.

Somente neste ano, a Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos de Transportes do Estado do Rio de Janeiro (Agetransp) registrou pelo menos um incidente por semana envolvendo trens da empresa.

O titular da 3ª Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor e do Contribuinte da Capital, Carlos Andresano, participou nesta quarta-feira (11) de uma reunião com o presidente da Supervia, Carlos José Cunha, para discutir os detalhes do acordo. A resposta da empresa deve sair até 24 de agosto.

Uma das principais cláusulas do TAC diz respeito à aplicação de multa em caso de novos problemas: R$ 100 mil por reclamação na qual for constatada a culpabilidade da concessionária.

O MP já obteve uma liminar que autoriza a aplicação de multas diárias em caso de descumprimento de um acordo firmado anteriormente, pelo qual a empresa fica obrigada a solucionar panes elétricas em até 48 horas.

No entanto, o órgão público entende que um Termo de Ajustamento e Conduta seria a melhor solução para todas as partes envolvidas.

O documento seguiria o mesmo modelo em relação aos acordos feitos com outras concessionárias do Rio, tais como Light (energia elétrica) e CEG (distribuição de gás). Além da penalidade, o TAC prevê um cronograma de responsabilidades em relação ao processo de manutenção e reestruturação do sistema ferroviário.
Um problema por semana

Segundo estatísticas da Agetransp, foram registradas 35 ocorrências envolvendo trens da Supervia desde 12 de janeiro deste ano. Em todos os casos, foram instauradas sindicâncias ou procedimentos de investigação. A concessionária já foi notificada por casos de descarrilamentos, panes elétricas e outras falhas técnicas, má conservação dos trilhos, furto de cabos, erros no processo de bilhetagem, atrasos na operação, entre outros.

Segundo o MP, a empresa precisa reavaliar o seu planejamento operacional, além de modernizar a estrutura ferroviária. Pelo menos 49 trens em circulação no Rio de Janeiro têm idade média de 50 anos, dos quais dois serão aposentados já no ano que vem.

Tais composições apresentaram problemas no dia 27 de julho, quando enguiçaram nos ramais de Saracuruna e Japeri, respectivamente. Os passageiros tiveram que seguir pelos trilhos até a estação mais próxima.

Em pelo menos sete ocorrências registradas neste ano, os clientes da empresa foram obrigados a caminhar pela malha ferroviária, o que aumenta consideravelmente a possibilidade de ocorrer um acidente com vítimas.

Atualmente, a Supervia conta com uma frota de 160 trens, sendo que apenas 38 têm ar-condicionado e são considerados novos. Em parceria com o governo do Estado, a concessionária estabeleceu metas a fim de ampliar a frota para 231 composições até 2016, das quais 140 serão recém-adquiridas. A média de idade dos trens deve baixar para 19 anos, de acordo com o cronograma.

Recentemente, o governo estadual comprou o primeiro lote de trens novos de uma empresa chinesa, que há dois meses apresentou o modelo do veículo que será exportado para o Brasil. São 34 composições que devem estar em operação no Rio até março de 2012. O valor do investimento foi de 187 milhões de dólares.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Indústria quer banir trens chineses

04/08/2011 - Agencia T1

A fábrica da Changchung volta hoje uma boa parte de sua capacidade de produção para o Brasil


Depois de ver a “casa arrombada” por quatro vezes por trens coreanos e chineses, vendidos ao Rio e a Salvador, a indústria ferroviária nacional está tentando “por um cadeado na porta”  através de uma forte mobilização contra a muito provável compra de mais 60 trens chineses para a Supervia, no Rio de Janeiro, pelo governo do estado.

Ontem, em reunião no Simefre, o presidente da entidade, José Antonio Martins, disse que seria “uma afronta à indústria nacional”  ver o governo do Rio repetindo o que fez há dois anos, ao comprar 30 trens de quatro carros e depois mais quatro também de quatro carros da Changchung Railway Vehicles Corporation, pertencente ao conglomerado chinês CNR.

A fábrica da Changchung volta hoje uma boa parte de sua capacidade de produção para o Brasil, pois ali também estão sendo fabricados 19 trens de seis carros adquiridos pelo Metrô Rio, concessionária privada.

No início da reunião – que contou com a presença do secretário de Transportes Metropolitanos de São Paulo, Jurandir Fernandes – os empresários se mostravam entusiasmados com o anúncio, na véspera, do plano Brasil Maior, com suas normas de desoneração fiscal para a indústria e margem de preferência de 25% para produtos nacionais nas compras governamentais.

Logo em seguida, no entanto, o presidente da Abifer, Vicente Abate, observou que a licitação a ser aberta no mês que vem pelo governo do Rio para a compra dos trens da Supervia terá financiamento do Banco Mundial, e dessa forma escaparia não só da margem de preferência como também do imposto de importação de 14% sobre importação de equipamento ferroviário. Foi assim, com isenção de imposto alfandegário, que os primeiros 34 trens foram comprados.

As duas entidades do setor decidiram partir para o ataque. O presidente do Simefre, gaúcho como a presidenta da República, e próximo a ela, vai atuar em Brasília, enquanto o presidente da Abifer, diretor da AmstedMaxion, fábrica de vagões, vai mobilizar a força sindical para fazer pressão sobre o governo do Rio.

Uma outra compra a ser feita pela Supervia, de mais 30 trens, esta com recursos privados, da Odebrecht Transport, que hoje controla a operadora, também está a caminho. Ou seja, uma encomenda total de 90 trens, próxima da compra de 105 trens feita pela CPTM há quatro anos, e que levou à instalação da fábrica da CAF em Hortolândia (SP).

Não está descartado, por sinal, que uma fábrica da CNR venha a ser instalada em Três Rios (RJ), onde a T’Trans, associada do Simefre, tem as suas instalações prontas para receber os chineses, caso a encomenda seja de fato ganha por eles.

Segundo uma fonte da indústria, os chineses tem grandes chances de levar a encomenda, pois é natural que a Supervia queira  uma frota homogênea de novos trens, o que simplifica e barateia a manutenção.

Além disso, o Rio possui um programa de incentivo à produção de material ferroviário, o programa Rio Ferroviário, com incentivos fiscais, o que beneficiaria a associação CNR/T’Trans.

E também existe a declaração mais do que franca do secretário de Transportes do Rio, Julio Lopes, feita numa reunião anterior do Simefre: “O Rio não vai comprar trens mais caros para gerar emprego em São Paulo”.  Parece o cenário ideal para que se repita, em Três Rios, o que aconteceu em Hortolândia.