quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Passageiros dos trens voltam a enfrentar problemas nesta quinta

05/09/2013 - O Globo

Na Estação de Cascadura, uma composição do ramal de Japeri parou por volta das 6h30m
Passageiros tiveram que ser transferidos para outros trens
Na Estação de Gramacho, uma composição bateu num carro que acessou a via férrea indevidamente

Carro ficou destruído após bater num trem próximo à estação de Gramacho Eu-repórter / Leitor Douglas Mendonça

RIO - Passageiros de trens da SuperVia enfrentam mais problemas na manhã desta quinta-feira. Desta vez, uma composição do ramal de Japeri parou na Estação de Cascadura, na Zona Norte do Rio, por volta das 6h30m. Os passageiros tiveram que ser transferidos para outros trens. Segundo a concessionária, não houve atrasos no ramal, pois as composições circularam por outras linhas. Já por volta de 7h20m, um trem bateu num carro na Estação de Gramacho, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Segundo o passageiro Douglas Mendonça, o motorista do veículo, João M. Martins, de 50 anos, ficou ferido e foi levado para o Hospital de Saracuruna.

— A batida foi perto da cancela. O carro ficou destruído — disse Douglas.

Passageiros também reclamam de atrasos nos ramais de Saracuruna e de Santa Cruz. Segundo Douglas Mendonça, a circulação no ramal de Saracuruna está irregular desde as 6h e, por isso, a estação do bairro, que fica em Duque de Caxias, ficou lotada.

— Peguei o trem às 7h10m, com atraso de 20 minutos. Tanto a composição quanto a estação estão lotadas — disse ele.

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Trem do ramal de Santa Cruz para em Santíssimo e circulação atrasa
Já no ramal de Santa Cruz, segundo passageiros relatam no Twitter, os trens estão lotados e alguns circulam com as portas abertas. De acordo com Felipe Bibiloni (@felipebln), "Santa Cruz com intervalos enormes. Resultado: trem lotado andando com portas abertas."

— A dura realidade de quem precisa trabalhar. Trens superlotados, falta de respeito ao trabalhador. Até quando isso? — perguntou ela.

A composição do ramal de Saracurua Foto: Patricia Mangia / Foto do leitor / WhatsApp

Morador de Santíssimo, Robson Jones também fez um desabafo por meio do WhatsApp:

— Por volta das 6h33m, o trem parou perto da Estação de Cascadura. Ficamos 20 minutos parados. As portas do trem abriram e os passageiros desceram nos trilhos.
Procurada, a SuperVia ainda não se pronunciou sobre os atrasos. Sobre a batida em Gramacho, a concessionária disse, em nota, que "às 7h20 de hoje (05/09), um carro acessou indevidamente a passagem em nível oficial (regularizada e sinalizada), na linha férrea, próximo à estação Gramacho (ramal Saracuruna), e se envolveu em um abalroamento com um trem que passava pelo local. Os agentes da concessionária prestaram auxílio ao motorista do carro e os passageiros desembarcaram e seguiram para a plataforma da estação. Não houve registro de vítimas. Devido a essa ocorrência, a circulação entre as estações Gramacho e Saracuruna e nos ramais Vila Inhomirim e Guapimirim está temporariamente suspensa. Esta passagem em nível se encontra em perfeito funcionamento e corresponde às normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), com comunicação luminosa e sonora. Os sinais são ativados automaticamente com margem de segurança suficiente para que o trem siga viagem sem riscos de acidentes."

Problemas em série

Desde terça-feira, usuários de trem vêm enfrentando uma série de transtornos. Naquele dia, um trem enguiçou na Estação Engenho de Dentro, na Zona Norte de Rio. O problema gerou um efeito cascata, suspendeu a circulação nos ramais de Santa Cruz e Deodoro e fechou 27 estações. Na Estação de Quintino, também na Zona Norte, uma composição teve um vagão incendiado.

Na quarta, o maquinista de um trem que seguia de Queimados, na Baixada Fluminense, para a Central do Brasil, teve que acionar o freio de emergência. A composição parou perto da Estação Engenho de Dentro. Mais uma vez, passageiros desembarcaram nos trilhos.

Um comentário:

  1. Vagões do Metrô, Trens suburbanos e Monotrilho têm cada vez menos assentos.
    Está cada vez mais difícil viajar sentado nos trens em São Paulo e no Rio. E isso não é só por causa da crescente superlotação do sistema. Dados obtidos por meio da Lei de Acesso a Informação, mostram que os veículos das frotas modernizadas e as composições novas têm sido entregues com cerca de 100 assentos a menos do que os equipamentos antigos.
    Esta foi á solução encontrada pelos dirigentes para se aumentar a capacidade do sistema. Nos anos 1980 - segunda década de funcionamento das linhas da companhia, as composições da frota “C” da Linha 3-Vermelha possuíam 368 bancos. Algumas destas ainda rodam naquele ramal. No fim do decênio seguinte, os trens recém-adquiridos para a Linha 2-Verde passaram a apresentar 274 assentos, em um lote que recebeu o batismo de frota ”E”.
    Atualmente, a quantidade de vagas para os passageiros se acomodarem caiu ainda mais. Por exemplo, quem andar em um veículo da frota “K”, modernizada nos últimos três anos, terá de disputar um dos 264 lugares disponíveis. Chama a atenção o fato de que esses trens, antes de serem reformados e rebatizados, pertenciam à antiga frota “C” com 368. Ou seja, possuíam 104 assentos a mais, com os mesmos comprimentos e larguras dos vagões redefinidos, sendo que as vagas do Monotrilho Linha 15-Prata em testes, não passam de 120, a menor de todos.
    Embora o Metrô-SP, não admita oficialmente, a redução dos bancos em seus trens tem o objetivo de permitir a acomodação de um número maior de pessoas em pé, desafogando mais rápido as plataformas superlotadas das estações durante os horários de pico.
    CONCLUSÃO;
    “PARA O METRÔ E CPTM, MODERNIZAR E AMPLIAR CAPACIDADE SÃO SINÔNIMOS DE SUBTRAIR ASSENTOS”.
    É o que se pode deduzir pelas atitudes.

    ANÁLISE TÉCNICA;
    A superlotação também é uma consequência de sucessivas obras atrasadas, projetos equivocados e prioridades invertidas, e os novos trens são produto de compra, e não de demonstração de capacidade gerencial da empresa que não seja a de comprar. Estações são reformadas, e mesmo refeitas, mas nelas nada se vê de inovador - nem na arquitetura (que já foi melhor), e nem na funcionalidade.
    As prioridades nunca têm levado em consideração o conforto dos usuários. "O planejamento e dimensionamento deveria ser feito para atender à demanda no horário de pico com uma ampla margem de folga, porém na prática não é isto que ocorre”.
    “A superlotação de trens geram danos morais e constrangimentos, podendo ser objetos de ações penais indenizatórias de direito por parte de advogados”.
    Assim como já acontece aqui e no mundo com os ônibus e aviões, o Brasil precisa conhecer e implantar o sistema "double decker" dois andares para trens.
    Proponho um sistema de Trens de dois andares com altíssima capacidade de demanda 60% maior que os atuais em apoio à Linha 11-Coral da CPTM, para aliviá-la nos horários de ponta. "Esses trens “double decker” utilizariam a mesma linha e na mesma frequência, e aumentaria o número de passageiros que viajariam sentados."
    1º É prioritário e importante para implantação das composições de dois andares até a Barra Funda, reformar e ampliar as Estações da Mooca e Água Branca, readequar a Júlio Prestes e construir a do Bom Retiro (que englobariam as seis linhas existentes além dos futuros e indispensáveis trens regionais e provável TAV ). Tal atitude beneficiaria “Todas” as linhas metrô- ferroviárias, e descentralizaria e descongestionaria a Luz.
    2º Também é fundamental que faça parte do Plano Diretor Municipal o desenvolvimento urbano descentralizado, com transferência gradativa de atividades econômicas para as regiões periféricas, preferencialmente na região do anel rodo ferroviário.
    Seria uma decisão sensata, racional e correta. Além de se evitar um risco maior, também aliviar este "processo crônico de superlotação”.

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