terça-feira, 25 de agosto de 2015

Novos horários no Ramal Inhomirim têm início nesta terça-feira

24/08/2015 - Jornal do Brasil

A Secretaria de Estado de Transportes (Setrans) e SuperVia informaram que a partir desta terça (25) serão abertos três novos horários no serviço do Ramal Vila Inhomirim, que faz a ligação de Saracuruna, em Duque de Caxias, Vila Inhomirim (Raiz da Serra), no município de Magé. 

As novas partidas de Vila Inhomirim em direção a Saracuruna, às 5h05 e 7h08, e a nova partida de Saracuruna em direção Vila Inhomirim, às 6h05, acrescentarão mais 1.500 lugares ao sistema. Na estação Saracuruna, os passageiros podem fazer transferência para Gramacho e Central do Brasil. 

O Ramal Vila Inhomirim tem sete estações (Morabi, Imbariê, Manuel Belo, Parada Angélica, Piabetá, Fragoso e Vilha Inhomirim) e percorre uma distância de 15,5 Km pelos municípios de Duque de Caxias e Magé. Os novos horários atendem a uma antiga reivindicação dos usuários para redução dos intervalos nos horários de pico da manhã. 

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Governo discute implementar VLT nos ramais Vila Inhomirim e Saracuruna

24/08/2015 - Blog Verde

O presidente da SuperVia, Carlos José Cunha, discute com o governo do estado um projeto ambicioso para os próximos cinco anos: transformar radicalmente os ramais de Vila Inhomirim e Guapimirim - onde ainda rodam antigas locomotivas movidas a diesel - com a implementação de um sistema de VLT (veículo leve sobre trilhos).

- Isso ainda depende ainda de uma nova etapa de investimentos, mas vamos pensr numa modernização daquele sistema. Temos hoje nesses ramais 20 viagens por dia e transportamos aproximadamente 5 mil passageiros - diz o presidente da concessionária.

domingo, 16 de agosto de 2015

Violência, descaso e desconforto no caminho de quem utiliza os trens do Rio

Equipe do GLOBO passou as últimas três semanas viajando nos ramais da SuperVia. Veja o mundo e o submundo dos trilhos

POR CAIO BARRETTO BRISO

16/08/2015 - O Globo

Na Central do Brasil, passageiros disputam lugares num trem do ramal de Japeri Foto: Domingos Peixoto / Agência O Globo
Na Central do Brasil, passageiros disputam lugares num trem do ramal de Japeri - Domingos Peixoto / Agência O Globo

RIO — O mar revolto de pés e cabeças não para de escoar para fora do trem. Há jovens e senhores, empregados e biscateiros. Uma onda humana de pedreiros, porteiros, diaristas e também bancários, advogados, estudantes. Em comum, a pressa dos atrasados e as pedras do caminho. Deixaram o subúrbio ou a Baixada Fluminense antes da alvorada. Viajaram em pé, colados a outros corpos, por até duas horas. Chacoalharam a uma velocidade média de 42km/h. Quando a multidão invade o saguão da Central do Brasil, já cheia de cansaço, ecoa nos alto-falantes o sax de Pixinguinha. São 6h20m, mal clareou. "Eita, segunda-feira!", exclama um sonolento atendente da lanchonete Central Rio, onde dois mil pastéis serão vendidos até o anoitecer.

Todos os dias, 670 mil pessoas embarcam em uma das 102 estações espalhadas pelos oito ramais da Região Metropolitana. É a população de uma metrópole, maior do que a de Niterói. Apenas 20 municípios brasileiros, do total de 5.561, têm população superior. O prefeito dessa cidade é a empresa SuperVia, que tem mandato até 2048, tempo da concessão mais longa do estado. Os 270 quilômetros de linhas férreas conectam o coração do Rio a 11 cidades vizinhas. Da Central ao ponto mais distante, a estação de Guapimirim, são 76 quilômetros. A SuperVia tem nas mãos um mundo, mas também um vasto submundo. Só quem viaja nos trilhos é capaz de acreditar nas coisas que se passam nos vagões e plataformas. Coisas como um trem avançar sobre um cadáver, autorizado pelo comando da companhia, como ocorreu no dia 28 de julho com o ambulante Adílio Cabral dos Santos. Ex-presidiário de 33 anos, ele tentava reconstruir a vida vendendo balas na linha férrea.

Uma equipe do GLOBO passou as últimas três semanas viajando nos ramais da SuperVia. Cada uma das linhas foi percorrida de ponta a ponta, quase sempre em horário de rush. Logo no primeiro dia, um menor roubou o celular de uma passageira ao lado dos repórteres, enquanto o trem estava parado, com as portas abertas, na estação terminal de Belford Roxo - apenas "Bel", para os íntimos. Da plataforma, ele esticou o braço com agilidade e, pela janela do vagão, arrancou o aparelho do ouvido da mulher, sumindo na escuridão. Eram cerca de 20h30m, a estação estava às moscas. O garoto, de 15 anos no máximo, vestia a camisa 10 da seleção brasileira. Um a zero para ele.

Nesse ramal, circula a maior parte dos trens antigos. São 201 em toda a malha ferroviária, sendo 121 novos, fabricados na China ou na Coreia do Sul, e 80 velhos, das décadas de 50 a 80 - do tempo em que a pernambucana Marinês, a rainha do xaxado, fazia sucesso cantando os problemas dos trilhos em "Trem da Central" ("Vou a pé, de Sputnik, mas não vou de trem"). Antes de 2011, quando a Odebrecht assumiu a SuperVia, as avarias nas composições ocorriam a cada 23 mil quilômetros. Hoje, elas circulam 180 mil quilômetros sem apresentar falhas. Mas é irritante o número de vezes em que os trens, velhos ou novos, ficam parados entre uma estação e outra. Os passageiros passam longos minutos esperando, sem informação. Em um dos trajetos, da estação de Japeri até a Central, a composição fica dez minutos parada. Duas passageiras começam a discutir por um assento.

Uma delas berra que está grávida e passando mal. O vagão fica em silêncio, a mulher ganha o lugar. Poucos respeitam os assentos reservados para idosos, gestantes e pessoas com deficiência - estas, aliás, são as que mais sofrem, pois as condições de acessibilidade das estações não são muito melhores que as da Floresta Amazônica. É comum a cena de cadeirantes sendo carregados nos braços por passageiros - inclusive para entrar nos trens novos, pois há um desnível de um palmo entre a altura deles e a das plataformas.

Acostumada a lidar com os problemas da SuperVia, a defensora pública Patrícia Cardoso, coordenadora do Núcleo de Defesa do Consumidor, conseguiu quarta-feira um acordo de indenização entre a empresa e a família de Adílio - seus parentes vivem no Morro da Serrinha, em Madureira. Para a defensora, não há desculpas para a falta de segurança no interior da malha ferroviária.

- As pessoas que andam de trem são invisíveis. Ninguém se preocupa com elas - afirma Patricia. - Há um grande ressentimento dos usuários com a SuperVia. Eles se sentem maltratados, e são mesmo. O transporte já não é confortável. Mas ele tem que ser, pelo menos, seguro.

É possível medir a insatisfação dos passageiros pelo número de denúncias feitas à agência reguladora do setor, a Agetransp. De janeiro de 2014 até julho, foram 2.745 registros. Eles podem se transformar em penalidades. Desde 1998, quando o estado licitou a gestão dos trilhos, já são 56 multas - barcas e metrô, no mesmo período, receberam juntos 28. As punições da SuperVia somam R$ 8,6 milhões, dos quais foram pagos R$ 3,5 milhões. É difícil para a Procuradoria Geral do Estado cobrar da concessionária. Do valor ainda não pago, R$ 2,9 milhões já estão inscritos na Dívida Ativa. O estado tenta receber na Justiça o valor. Segundo o TJ, a empresa responde a 4.036 processos - 795 abertos só este ano.


Terra de ninguém. Perto da estação Del Castilho, no ramal de Belford Roxo, famílias vivem em barracos feitos com madeira e tapumes de obras. Na mesma linha é preciso fechar as janelas em alguns pontos, pois os trens são apedrejados - Domingos Peixoto / Domingos Peixoto

Havia um batalhão com 400 policiais que cuidava da segurança das linhas férreas, mas em 2009 ele foi extinto, e hoje 90 PMs policiam esse mundo de gente, trilhos e dormentes - um para cada grupo de 7.444 pessoas. Sem se identificar, um deles diz que as condições de trabalho são terríveis. Há poucos meses, ele e uma equipe foram recebidos a tiros por traficantes na estação de Del Castilho, onde uma favela cresce sem controle à beira dos trilhos.

Com efetivo tão baixo, o submundo impera nos caminhos de ferro. Ao atravessar algumas estações, como Cavalcanti, é preciso fechar as janelas do vagão, pois é comum os trens serem apedrejados. No banheiro masculino da plataforma da Central, quem manda são os travestis e homossexuais que se prostituem ali, onde se paga R$ 1,75 para entrar. Eles ficam em pé sobre os vasos sanitários, com as portas das cabines fechadas, à espera dos clientes. "Vem, amor", chama um homem de cabeça e sobrancelhas raspadas. O banheiro fica a cinco metros da sala da PM.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/violencia-descaso-desconforto-no-caminho-de-quem-utiliza-os-trens-do-rio-17198823#ixzz3izbT9Dk8 
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sexta-feira, 14 de agosto de 2015

SuperVia leiloa 97 carros de passageiros em parceria com governo do Rio

13/08/2015 - Jornal do Brasil

A SuperVia realizou nesta quinta-feira (13), sob autorização do Governo do Estado do Rio de Janeiro, o leilão público de 97 carros de passageiros que estavam fora de operação. As peças, sendo 45 fabricadas em aço carbono e 52 em aço inox nos anos 1954, 1964, 1977 e 1980, foram agrupadas em 70 lotes para a venda. O leilão teve seu edital divulgado previamente em jornais de grande circulação, e ocorreu simultaneamente, de forma presencial na sede da concessionária (Rio de Janeiro) e no escritório da empresa leiloeira (São Paulo), e online através do site www.lottileiloes.com.br. 

O valor das vendas atingiu R$ 1.049.350, superando o mínimo de R$ 539.900 determinado pelo Governo do Estado. A SuperVia repassará o valor arrecadado ao Estado, que definirá a destinação do investimento. 

Os compradores terão três dias úteis, a partir desta sexta-feira (14), para depositar os valores em uma conta do Estado, e deverão retirar as peças em, no máximo, 45 dias. A concessionária guarda os carros em pátios das suas oficinas de São Diogo e Deodoro, e a venda das peças irá liberar o espaço para abrigar mais 53 antigos,  além de outros 19 novos trens comprados pelo Governo que serão entregues ao longo dos próximos meses.

Desde 2011, o sistema ferroviário fluminense tem passado por uma transformação histórica em sua infraestrutura, com o investimento de R$ 3,3 bilhões, fruto da parceria entre a SuperVia e o Governo do Estado.