Companhia Ferro Carril Nictheroyense
1874 - 1879
Histórico
Em 1853, através da lei nº 669, o governador da província do Rio de Janeiro foi autorizado a contratar os senhores Thomaz Cochrane, Antonio Justiniano Rodrigues e Francisco das Chagas Oliveira França, ou quem melhor garantias e vantagens oferecer, a construção de uma estrada de ferro que partindo da cidade de Nitherohy passe pela freguezia de São Gonçalo e municípios de Itaborahy, Rio Bonito, Cabo Frio, Macahé, Campos e São Fidélis, com um ramal para Nova Friburgo e São Gonçalo. Após a aprovação da lei o senhor Thomaz Cochrane apresentou uma proposta que não teve prosseguimento por parte do governo.
Em primeiro de dezembro de 1874, foi inaugurado o primeiro trecho da Estrada de Ferro de Niterói a Campos, com 26,8 km de extensão, entre Niterói e Itambi, onde se conectava com a Estrada de Ferro Cantagallo. Foram inauguradas, entre outras paradas, as seguintes estações: Itambi, Guaxindiba, Lampadosa (depois Pedro de Alcântara), São Gonçalo, Porto da Madama, Bonsucesso (depois Maricá), Barreto e finalmente Niterói (Santana do Maruhy). Em 1930, a linha foi prolongada, com mais 1,5 km até a estação General Dutra, junto ao porto de Niterói.
Em primeiro de julho de 1875, foi inaugurado o trecho Porto das Caixas - Venda das Pedras, com 7,9 km de extensão. No dia 17 de março de 1878, é entregue o trecho entre Venda das Pedras - Tanguá, com 13,6 km de extensão, passando pelas localidades de Duques e Bandeirantes.
Gazeta de Notícias, 31/10/1875
Em 17 de março de 1878, é entregue ao tráfego o trecho entre Venda das Pedras e Tanguá, com 13,6 km de extensão, passando pelas localidades de Duques e Bandeirantes. No dia 29 de novembro de 1879, é inaugurado o trecho de Tanguá - Rio dos Índios, com 4,9 km de extensão.
Em 1879, a ferrovia que estava sob controle da presidência da província do Rio de Janeiro, foi vendida pra Estrada de Ferro do Cantagallo.
Nota-se que em 1879, a população de Niterói já reclamava da localização da estação Sant´Anna do Maruhy, em local tão impróprio, fora da cidade.
Gazeta de Notícias, 08/11/1888
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Em 1950, início do serviço de trens suburbanos entre as estações de Niterói (General Dutra) e Pedro de Alcântara, em função do explosivo crescimento populacional de São Gonçalo. O serviço de bondes elétricos e ônibus já não atendiam com eficácia o transporte de passageiros na ligação Niterói - São Gonçalo. Posteriormente a linha é estendida até Guaxindiba e depois até Visconde de Itaboraí, e finalmente até Cachoeira de Macacu e Rio Bonito, cujas operações foram encerradas por pressões políticas de grupos de transporte concorrentes.
Em 1973, devido às obras de construção da ponte Rio - Niterói, foi erradicada a linha de 1,5 km de extensão entre as estações de Santana do Maruy e General Dutra, restando apenas o prédio da antiga estação General Dutra, inaugurada em 1930, cedido à administração da Companhia Docas do Rio de Janeiro.
Em 24 de abril de 1990, início da operação, em caráter provisório, do serviço de trem de passageiros, com uma locomotiva diesel e 3 carros, entre Visconde de Itaboraí e Rio Bonito, com 5 saídas diárias por sentido. O serviço foi implantado em função de um pedido da Prefeitura de Rio Bonito, para suprir o isolamento da cidade após o desabamento de uma ponte. O serviço, no entanto, é suspenso em 3 meses.
Em agosto de 2005, era prevista a reativação do serviço de trem de subúrbio entre Niterói e Itaboraí, paralisado desde novembro de 2004. O ramal com 32 km de extensão contava com as estações de Niterói, Barreto, São Gonçalo e Visconde de Itaboraí e as paradas de Porto da Madama, Rodo, Estrela do Norte, Capim Melado, São Pedro de Alcântara, Jardim Catarina, Santa Luzia, Guaxindiba, Itambi e Amaral. Uma composição, como já acontecia antes da desativação, faria oito viagens/dia, ligando Niterói a Itaboraí, entre 5h15 e 19h, com tarifa de R$ 0,60. Antes da paralisação eram transportados cerca de 500 passageiros/dia. O trecho estava desativado por causa do furto de tubulações da rede de água da Cedae, o que desestabilizou o leito da via férrea. A situação foi agravada pelo furto de dois quilômetros de trilhos e dormentes entre Guaxindiba e Itambi.
REFERÊNCIAS:
Companhia Ferro Carril Nictheroyense. Gazeta de Notícias. Rio de Janeiro. 31 outubro 1875. p.3.
Companhia Ferro Carril Nictheroyense. Gazeta de Notícias. Rio de Janeiro. 31 outubro 1875. p.3.
Página lançada em primeiro de outubro de 2019.