sábado, 17 de dezembro de 2011

Trem para e passageiros protestam com quebra-quebra

16/12/2011 - O Globo


RIO - O enguiço de um trem nesta sexta-feira, por volta das 8h, entre as estações de Deodoro e Oswaldo Cruz, provocou tumulto e quebra-quebra. A confusão começou quando uma composição, que saíra de Santa Cruz em direção à Central, parou por causa de um problema no sistema de tração. Passageiros disseram que só conseguiram descer porque abriram as portas à força. Revoltados, alguns deles se deitaram sobre os trilhos e iniciaram um protesto próximo à estação Oswaldo Cruz, ateando fogo aos dormentes. Com isso, foi interrompido o tráfego nos ramais de Santa Cruz e Japeri, ocorrendo tumultos ainda nas estações de Deodoro e Ricardo de Albuquerque. O serviço só foi retomado, gradativamente, a partir das 10h.
Por causa do problema, o ajudante de motorista Marcos Roberto da Silva, de 39 anos, não foi ao trabalho. Já a estudante Yasmine Soares El-Mokdisi, de 16 anos, não conseguiu chegar ao colégio para fazer uma prova final e deve ser reprovada. A diarista Angelina Basilio, de 43 anos, deixou de fazer um serviço que lhe renderia R$ 80.

— Foi uma situação peculiar, porque os manifestantes eram trabalhadores, reivindicando um serviço de qualidade. Só que eles não podem obstruir a via — disse o capitão Fábio Ximenes, do 9º BPM (Rocha Miranda), que comandou a operação para desobstruir a linha do trem.
Três pessoas foram detidas, por desacato. Um helicóptero da PM sobrevoou a região e o Batalhão de Choque chegou a ser chamado, mas não precisou agir. Pelo menos dez pessoas passaram mal por causa do calor e foram socorridas por bombeiros. Um homem torceu o tornozelo ao descer nos trilhos.

— Ficamos 40 minutos trancados no trem parado. Aí o maquinista disse o que estava acontecendo. Tivemos que pular nos trilhos e chegamos à estação a pé. A minha irmã passou mal por causa do tumulto — contou a doméstica Maria Cristina Machado, de 40 anos.
Passageiros dizem que problemas são constantes
O pensionista David Johnson Rodrigues de Melo Santos, de 35 anos, disse que os problemas são constantes:

— Todo dia ocorre um problema no trem e as pessoas passam mal por causa do calor. Fiquei deitado em cima da linha do trem para protestar. Não aguentei, porque do jeito que está não pode continuar.

A SuperVia informou, em nota, que o trem parou às 7h53m e que às 8h os passageiros desembarcaram, sendo orientados a esperar a próxima composição. Ainda segundo a empresa, técnicos retiraram o trem enguiçado às 8h27m, mas havia passageiros ocupando a linha férrea, por isso a polícia foi chamada.

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