quarta-feira, 21 de março de 2012

Trem chinês tem vão mais largo entre vagão e plataforma

21/03/2012 - O Globo

No primeiro teste em plataformas cariocas, o trem chinês comprado pelo governo do estado para melhorar o transporte de passageiros da SuperVia chamou a atenção também pelo vão entre o trem e a plataforma. Na comparação com imagens de outras composições operadas pela companhia, o espaço é maior, além de não estar perfeitamente nivelado à plataforma, o que obrigará o passageiro a subir um degrau para chegar à composição.

O novo trem tem ar condicionado potente, bagageiros, câmeras de segurança, painéis eletrônicos com informações sobre embarque e desembarque e televisões de plasma, e é o primeiro de um grupo de 30 composições novas, comparadas pelo governo do estado a partir de um empréstimo de US$ 166 milhões junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

Em nota, a SuperVia, concessionária que administra o transporte, explica que os investimentos da companhia preveem também a reforma das plataformas. A empresa explica ainda que “já está em andamento um estudo para adequar as plataformas à altura e largura dos trens”. A SuperVia ponderou que existem 13 tipos de composições diferentes nas linhas da companhia e que, em dois anos, esse número vai cair para seis. A companhia informou que iniciou a instalação de borrachões que diminuirão o vão entre trens e plataformas. Já foram instalados os borrachões em 18 estações.

Ontem, horas depois da inauguração do trem, a SuperVia afirmou ter descoberto uma tentativa de sabotagem no ramal de Japeri na madrugada de segunda-feira. Segundo nota da concessionária, uma corda estava amarrada à rede aérea do ramal de Japeri  nas proximidades da estação de Queimados. A empresa afirma que se a suposta sabotagem não tivesse sido detectada, poderia ter provocado a interrupção da circulação no ramal na manhã de ontem, mesmo dia em que foi testado o primeiro trem de fabricação chinesa comprado pelo governo estadual.

A companhia responsável pela administração do transporte explicou que a corda danificaria o pantógrafo – equipamento que conecta o trem à rede de cabos elétricos – da primeira composição que passasse pelo local.

Um dos primeiros a experimentar a nova composição da SuperVia foi o garçom Edson Alves, 18 anos, que faz diariamente o trajeto Belford-Roxo – São Cristóvão: “Achei a estrutura muito boa, mil vezes melhor do que os trens que estou acostumado a viajar. Mas bom mesmo vai ser quando os novos trens estiverem no ramal de Belford-Roxo”.

A desempregada Roberta de Souza, de 22 anos, que embarcou na nova composição na estação de São Cristóvão, também aprovou o novo trem, mas fez uma ressalva: “A melhoria é gritante. Só achei que os trens antigos eram mais espaçosos”.

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