sexta-feira, 18 de maio de 2012

SuperVia quer restaurar Central do Brasil e transformá-la em shopping

16/05/2012 - IG

Projeto de R$ 300 mi mantém estação, em padrão europeu, e prevê lojas, estacionamento e hotel. Obra depende de aprovação do Iphan

Raphael Gomide

A Supervia, concessionária de trens urbanos do Rio de Janeiro, tem um projeto de R$ 300 milhões para restaurar e modernizar a histórica estação da Central do Brasil, transformando-a em uma espécie de shopping center.

A nova Central continuaria a funcionar como a principal estação de trens do Rio, mas seria modernizada e receberia um centro comercial, hotel com 204 quartos, estacionamento e centro de convenções, entre outras mudanças.

A execução da megaobra depende, porém, de autorização do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico), uma vez que o conjunto arquitetônico é tombado desde 1996. O projeto está em análise pelo órgão, que deve decidir sobre o tema nas próximas semanas. O Iphan fez algumas exigências sobre o projeto inicial, e a Supervia fez readequações, que estão sob nova avaliação.

Inaugurada em 1858, a “Estação da Corte” foi rebatizada de “Estação de Ferro Central do Brasil”, em 1889, com a chegada da República e é um ícone da cidade.

A Central será modernizada, ao custo de R$ 300 milhões, da SuperVia

Segundo a Supervia, o objetivo é restaurar a arquitetura e a infraestrutura da Central e ampliar a área de embarque e desembarque em 4 mil metros quadrados, que será climatizada, como toda a estação. As áreas de operações – como acessos, bilheterias e serviços – e a infraestrutura elétrica serão recuperadas.

Em um detalhe relevante e simbólico, a cobertura das plataformas passará a ter uma cúpula de vidro, o que permitirá aos passageiros ver o tradicional relógio da Central de dentro da estação. O shopping terá 36 mil metros quadrados, com lojas e praça de alimentação. Um conceito é o de que os passageiros tenham prazer de estar ali.

A empresa quer mudar a cara da Central e fazer com que fique parecida com uma estação de trem europeia ou norte-americana, e passe a dar mais conforto aos passageiros, que enfrentam constantes problemas com os trens. Seria algo nos termos das estações de Nova York e de La Défense, em Paris, em que a modernização mantém e até valoriza as características originais das construções.

Investimentos pretendem melhorar imagem da empresa

A iniciativa faz parte de um conjunto de ações e investimentos da Supervia para modernizar a rede obsoleta, aumentar a eficiência e melhorar a imagem junto ao público, desgastada por inúmeros episódios de atrasos e problemas operacionais.

Frequentes paradas entre estações por alguns minutos, trens quebrados – que forçam usuários a descer dos vagões e caminhar pelos trilhos –, trens lotados e más condições de conservação de vagões.

Outros casos de violência também contribuíram negativamente para a empresa, como aquele em que seguranças deram chicotadas em passageiros espremidos na porta de entrada e outro, quando um segurança arrancou parte da orelha de um usuário.
 

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