quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Passageiros colocam fogo em cabine de trem após pane

11/09/2013 - Extra

Houve quebra-quebra em pelo menos três estações: Triagem, Penha Circular e Central

FABIO TEIXEIRA, COM EXTRA

 Cabine de trem incendiada por passageiros revoltados com mais uma falha nos serviços da Supervia Foto: Marcelo Carnaval / O Globoo
Cabine de trem incendiada por passageiros revoltados com mais uma falha nos serviços da Supervia Marcelo Carnaval / O Globo

RIO — Passageiros incendiaram a cabine de um trem na estação de Bonsucesso, na Zona Norte da cidade, na noite desta terça-feira. O tumulto começou depois que uma composição apresentou problema mecânico na estação Penha Circular no início da noite. Por volta de 19h20m, a circulação do ramal Saracuruna teve de ser interrompida, deixando passageiros revoltados. Houve quebra-quebra em pelo menos três estações: Triagem, Penha Circular e Central do Brasil. Até por volta de 19h30m, centenas de pessoas permaneciam dentro dos vagões ou em plataformas, sem receber explicação de funcionários da empresa.



Às 21h10m, a estação de Bonsucesso continuava operando apenas para desembarque de passageiros. O local já estava praticamente vazio. A Supervia informou, no entanto, que às 20h35m todas as estações do ramal Saracuruna foram reabertas para embarque e desembarque (a exceção de Triagem, que continuava funcionando somente para desembarque).

Ainda segundo a concessionária, às 20h40m, saiu o primeiro trem da Central do Brasil com destino a Saracuruna, meia hora após os bombeiros controlarem o incêndio na cabine do trem. Já a circulação no ramal começou a ser retomada às 20h15m, mas ainda com atrasos.

O ataque à cabine do trem, em Bonsucesso, aconteceu às 19h45m. De acordo com a concessionária, a composição aguardava ordem de circulação quando foi incendiada. Bombeiros e Polícia Militar foram ao local para combater as chamas e conter o tumulto, respectivamente.

Agetransp abriu Boletim de Ocorrência

A Agetransp informou que enviou fiscais para os locais onde aconteceram os incidentes. O gerente da Câmara de Transporte da agência esteve no Centro de Controle Operacional da concessionária para acompanhar as providências tomadas para a normalização da operação. Houve ainda a abertura de um Boletim de Ocorrência para apurar as circunstâncias dos incidentes.

Na estação de Brás de Pina, passageiros relataram que ficaram mais de 20 minutos sem saber o que estava acontecendo. A Supervia disse, no entanto, que os passageiros estão sendo informados pelo sistema de áudio das estações e dos trens. A concessionária alegou que iniciou o procedimento de distribuição de vale-viagem aos passageiros que não puderam seguir seu trajeto.

Coordenadora de uma empresa de marketing, Luciana Graça de Souza, de 31 anos, estava desde 18h tentando chegar a Caxias. Às 19h30m, ela estava no escuro, dentro do vagão, em Brás de Pina. Antes, o trem já havia parado na Penha Circular. As janelas do vagão foi quebrada por passageiros revoltados.

— Na Penha Circular, ele enguiçou, e o pessoal ficou revoltado. Quebrou as roletas de entrada e os vidros. Eu peguei o trem em Olaria para ir até Caxias. Deu um estouro entre Penha Circular e parou novamente em Brás de Pina. Estamos dentro do vagão agora, sem nenhuma informação — criticou Luciana.

O gerente financeiro Alan Fernandes da Cunha está parado há 50 minutos na estação de Triagem. Ele conta que estava num vagão que partiu da Central em direção a Saracuruna.
— As pessoas estão tentando atear fogo na estação. Há ainda um grupo chutando placas e tentando arrancá-las — descreveu.

Na Central do Brasil, passageiros arrancaram uma das grades que separa a estação da plataforma de embarque da Supervia na Central do Brasil. A SuperVia informou que equipes de manutenção estão trabalhando para consertar o trem que parou por problemas mecânicos próximo à estação Penha Circular. Por isso, vários trens estão parados ao longo do ramal Saracuruna, gerando atrasos.
Mais cedo, por volta de 18h40m, um trem que seguia da Central do Brasil para Santa Cruz apresentou um problema na sapata de freio quando chegava à estação Augusto Vasconcelos. Após vistoria da equipe técnica, que durou oito minutos, o trem foi liberado e seguiu normalmente.

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